Em 1993, Demnig teve a idéia de homenagear as mil pessoas das etnias dos sintos e rons que haviam sido deportadas a partir de Colônia em apenas um dia.
Com o tempo, o artista fixou placas em metal com a inscrição "1940: 1000 Rons e Sintos”, em vários pontos, marcando o caminho das casas das vítimas até o bairro de Deutz, em Colônia.
Uma senhora que passou por ele uma vez disse-lhe que naquela parte da cidade nunca haviam vivido sintos ou rons. Aí ficou claro para Demnig: tanto as pessoas dessas etnias como judeus, vítimas da perseguição nazista, haviam se integrado de tal forma na sociedade local que a vizinhança não se apercebera das suas origens.
Até Hitler subir ao poder na Alemanha, em 1933, a etnia de uns e as crenças de outros não haviam importado.
E aí ficou claro para Demnig: Auschwitz e os outros campos de concentração eram o destino das vítimas.
Mas o início desse fim estava ali, aos olhos de todos, às suas portas, nas suas casas.
“É no caminho diário de quem por aqui passa que se deve trazer à memória a tragédia que se viveu entre 1933 e 1945.
” Porque as calçadas das ruas ninguém pode contornar.
E lá estão elas, em tantas ruas, à frente de casas, ou lá onde antes havia casas, as pedrinhas de cor dourada, incorporadas no solo, marcam “aqui morou” alguém.
Curvar-se diante das vítimas
Já que, para ver a pedra e ler o que lá está escrito,
“é preciso curvar-se perante cada nome”. Gunter Demnig:
"As pedras são colocadas diante dos últimos locais onde as vítimas do Holocausto residiram por vontade própria".
Quem passa por elas não tropeça literalmente, como o nome faz pensar, mas se depara "com a memória e o coração", diz o artista plástico Gunter Demnig, o iniciador das pedras de tropeço, as Stolpersteine.
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