segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Dança Cigana


Os ciganos adoram dançar.
A dança nasce com eles no momento em que abrem os olhos para enfrentar a dura vida de cigano.
Desde criança os ciganos ouvem e dançam as seguidillas, a rumba, as alegrias e o flamenco - ritmos e sons tradicionais - produzidos pelas guitarras, violinos, violões, acordeões, címbalos, castanholas, pandeiros, palmas das mãos e batidas dos pés, que aprendem desde cedo com parentes e amigos nas festas da kumpania (acampamento).
Não existem ciganos profissionalizados através da dança cigana e sim aqueles que fazem apresentações apenas para divulgar esse lado tão belo e cheio de magia dessa tradição que a todos fascina.
A dança cigana não é portanto, encarada como um ofício pelos ciganos.
Montagens de balé e de óperas (como Carmen, de Bizet) são representadas por profissionais de balé não-ciganos (gadjes).
Ciganos não freqüentam academias nem aulas de dança, pois quando dançam, o fazem com a alma, o coração e os movimentos naturais do corpo, sem nenhuma coreografia pré-concebida.
Como diz Niffer Cortez (uma das poucas dançarinas ciganas) "Marcar uma coreografia, para o cigano, é prende-lo; é não dar liberdade para os seus movimentos".
Por outro lado, a Bibi Esmeralda (chefe do Grupo Kalemaskê Romae, de Pirituba/SP), é uma Puri (avó) de 65 anos e dança como uma jovem de vinte.
Se a colocassem dentro de uma coreografia, com certeza, cortariam grande parte da emoção espontânea e do inestimável encanto que ela nos transmite quando dança com toda a sua desenvoltura, arte e beleza.
A história da dança oriental está intimamente ligada à história dos ciganos.
Eles vieram da Índia e emigraram até a Espanha, para a região de Andaluzia.
O nome espanhol dos ciganos é "gitano". O idioma dos ciganos é o romanês e contém em sua maioria palavras derivadas do antigo sânscrito (conforme pesquisa de Grellman), que era falado no noroeste da Índia.
Mas por todos os países que passavam, assimilavam palavras de idiomas locais, por isso encontramos palavras do turco, grego e armênio. Em cada país eram chamados por outros nomes:
Luri no Beluchistão/ Luli no Iraque / Karaki ou Zangi na Pérsia / Kauli no AfganistHá mais de 600 anos os ciganos emigraram para a Europa, onde se dividiram em vários grupos:
1- um grupo chegou até a Inglaterra, partindo de Bizanz (Istambul), percorrendo a Sérvia e a Itália.
2- outro grupo se dividiu deste no norte da França e foi de Paris até o norte da Espanha
3- outros se espalharam pela Moldávia até a Rússia
4- outros foram para o Egito e de lá para a Andaluzia
Tanto o povo cigano como o andaluz eram um orgulhosos por manter suas tradições.
Eram muito individualistas e leais à instituição familiar. Assim nasceu a sociedade do flamenco.
Esta palavra "flamenco" designava ciganos, pessoas sem posse de terra, derivado do árabe das palavras "fellahu" e "mengu", que significava "o camponês errante".
A sociedade espanhola associava a esta palavra os ciganos, ou o estilo de vida cigana.
Tal estilo incluía a arte da música flamenca, a dança e a touradaão / Cingan ou Tchingan na Sïria e na Turquia / Tsiganos ou Atsincani na Grécia / Roma ou Sinti na América.
Como os ciganos eram intrusos no país, muitas leis foram feitas contra eles.
Entretanto, a inquisição espanhola nunca conseguiu provar nada contra, se tinham uma religião ou não, pois eles eram espertos.
A cultura dos ciganos é tida como uma cultura de estranhos e geralmente imagina-se um povo alegre e feliz, mas a música que tocavam entre si era muito trágica, triste e vingativa., pois sua vida real só era manifestada entre eles.
Para o mundo de fora, só cantavam músicas alegres, que é o que se esperava realmente.
Tinham uma vida difícil e tentavam ganhar dinheiro de todos os modos.
Assim, aproveitavam as apresentações de música e de dança por todos os lugares que passavam, levando seus ritmos e músicas que mesclavam-se com os da cultura local.
Desta forma, foram trazidos ritmos indianos mesclados com melodias islâmicas para a Andaluzia.
Pode-se ouvir a nítida influência árabe na música flamenca, e também na dança, os movimentos de quadril e expressão de fortes sentimentos e emoções, são de natureza árabe.
Os ciganos acreditam que espíritos e entidades os acompanham no dia a dia.
Um artista tem que esperar que um ente se aposse dele e inspire-o para que seja capaz de fazer a arte verdadeira. Este sentimento profundo criou o "canto jondo" na Andaluzia, um canto de tristeza profunda, que se contrasta com o "canto flamenco".
O estilo de dança flamenca, com seus movimentos característicos de braços e de tronco, tem uma certa similaridade com a dança clássica persa, como também com a dança moderna da Ásia Central,
Enquanto que na dança moderna árabe, os movimentos são centrados na região do ventre e os braços se mantém na altura dos ombros.
Na dança flamenca e persa, os movimentos são centrados na região do tórax e é usado o máximo de espaço acima da cabeça para executar os graciosos movimentos de braços e mão.

Ciganos * Objetos Simbólicos Sagrados *

Símbolos, amuletos, e talismãs são objetos de proteção, de força, ao qual se atribui um poder místico que estão ligados com sua forma e a simbologia que os mesmo representam
O punhal, o violino, o pandeiro, o leque, o xale, as medalhas e as fitas coloridas; o coral, o âmbar, o ônix, o abalone, a concha marinha (Vieira), o hipocampo (cavalo-marinho), a coruja (mocho), o cavalo, o cachorro, o galo e o lobo são símbolos sagrados para o Povo Cigano.
A verbena, a sálvia, o ópio, o sândalo e algumas resinas extraídas das cascas das árvores sagradas, são ingredientes indispensáveis na manufatura caseira de incensos, velas e sais de banho, mesclados com essências de aromas inebriantes e simplesmente usados nas abluções do dia-a-dia, nos contatos sociais e comerciais, nos encontros amorosos e principalmente nos ritos iniciáticos, de uma forma sensível e absolutamente mágica, conferindo grandes poderes.
ÂNCORA
Simboliza segurança. É usado para trazer segurança e equilíbrio no plano físico, financeiro, e para se livrar de perdas materiais.
CHAVE
Simboliza as soluções. É usado para atrair boas soluções de problemas. O símbolo da chave quando trabalhado no fogo costuma atrair sucesso e riquezas
CORUJA
Simboliza "o ver a totalidade". É usado para ampliar a percepção com a sabedoria possibilitando ver à totalidade: o consciente e o inconsciente.

ESTRELA DE 5 PONTAS
Pentagrama (estrela de 5 pontas) simboliza o Homem Integral (de braços e pernas abetos) interagindo em perfeita harmonia com a plenitude da existência. Simboliza evolução. É usado para proteção, além de estar associada à intuição, sorte e êxito. A estrela representa o domínio dos cincos sentidos. Também conhecida como o Pentagrama.

ESTRELA DE 6 PONTAS
Simboliza proteção. É usado como talismã de proteção contra inimigos visíveis e invisíveis. Também conhecida como Estrela Cigana e Estrela de David. A Estrela Cigana é o símbolo dos grandes chefes ciganos. Possui seis pontas, formando dois triângulos iguais, que indicam a igualdade entre o que está à cima e o que está a baixo. Representa sucesso e evolução interior.


FERRADURA
Simboliza energia e sorte. É usado para atrair energia positiva e boa sorte. A ferradura representa o esforço e o trabalho. Os ciganos têm a ferradura como um poderoso talismã, que atrai a boa sorte, a fortuna e afasta a má sorte.

LUA
Simboliza a magia e os mistérios. A lua é usada geralmente pelas ciganas, para atrair percepção, o poder feminino, a cura e o exorcismo atentando sempre as fases: nova, crescente, cheia e minguante. A lua cheia é o maior elo de ligação com o sagrado, sendo chamada de madrinha. As grandes festas sempre acontecem nas noites de lua cheia
MOEDA
Simboliza proteção e prosperidade. É usado contra energias negativas e para atrair dinheiro. A moeda é associada ao equilíbrio e à justiça e relacionada às riquezas materiais e espirituais, que é representada pela cara e coroa. Para os ciganos, cara é o ouro físico, e coroa, o espiritual.
PUNHAL
Simboliza a força, o poder, vitória e superação. É muito usado nos rituais de magia, tem o poder de transmutar energias. Os ciganos também usavam o punhal para abrir matas, sendo então, um dos grandes símbolos de superação e pioneirismo, além da roda. O punhal também é usado na cerimônia cigana de noivado e casamento, onde é feito um corte nos pulsos dos noivos, em seguida os pulsos são amarrados em um lenço vermelho, representando a união de duas vidas em uma só.

RODA
O grande símbolo geométrico do Povo Cigano é o Círculo Raiado (representando a roda da carroça que gira pelas estradas da vida) provando a não linearidade do tempo e do espaço.
Simboliza a Samsara, representando o ir e vir, o circular, o passar por diversos estados, o ciclo da vida, morte e renascimento, e é usado para atrair a grande consciência, a evolução, o equilíbrio. É o grande símbolo cigano, e é representado pela roda dos vurdón que gira.

Samsara (sânscrito)
- Literalmente significa "viajando". O ciclo de existências, uma sucessão de renascimentos que um ser segue através de vários modos de existências até que alcance da liberação.Vurdón (romanês ou romani - dialeto cigano) - Significa "carroção".

TAÇA
Simboliza união e receptividade, pois qualquer líquido cabe nela e adquire sua forma. Tanto que, no casamento cigano, os noivos tomam vinho em uma única taça, que representa valor e comunhão eterna.

TREVO
É o símbolo mais tradicional de boa sorte. Trevo de quatro folhas: traz felicidade e fortuna. Quando se encontra um trevo de quatro folhas na natureza, podem-se esperar sempre boas notícias.

domingo, 9 de setembro de 2007

História de Santa Sara

HISTÓRIA
Segundo alguns historiadores, por volta dos anos 50 d.c,
uma embarcação teria cruzado os mares a partir de terras Palestinas
levando a bordo para fugir das perseguições de Roma
aos primeiros cristãos, um grupo de personagens bíblicos
Maria Jacobina ou Jacobé, irmã de Maria, mãe de Jesus,
Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João,
Maria Madalena, Marta, Lázaro, Maximinio e Sara,
uma negra servadas mulheres santas e aportado em uma pequena ilha
situada em águas do Mediterrâneo.
Nesta ilha está construída a cidade de Saint Marie de La Mer,
erguida na foz do rio Ródano, região da Provença, sul da França .
Sara teria sido uma das primeiras convertidas ao cristianismo
e morrido a serviço de suas companheiras de viagem.
Outras versões são contadas, mais preferi citar essa por ser a mais popular
entre todas. considerada pela Igreja Católica como Santa de culto local ,
pois nunca passou pelos processo de canonização,
Sara esta liga da a história das tradições cristãs da Idade Média
e o assim chamado culto às virgens negras.
Não se conhece a razão exata que levou os ciganos a eleger
Santa Sara como sua padroeira.
Certo é que ela é a mais venerada Santa para os ciganos
e todo acampamento cigano conduz uma estátua da virgem negra
depositada num altar de uma das tendas cercadas por velas,
incenso, flores, frutas e alimentos.
Contam as lendas que os restos mortais de Sara foi encontrado por um rei
em 1448 e depositados na cripta da pequena Igreja de Saint-Michel
em Saint Maries de La Mer. Assim, todos os anos na madrugada
de 24 de maio milhares de ciganos de quase todas as regiões da Europa,
África, Oriente e dos quatro cantos do mundo,
reunem-se na pequena igreja de Saint-Michel em louvor
e homenagem a sua padroeira

sábado, 8 de setembro de 2007

Povo Cigano

Os Ciganos são chamados de "povos das estrelas"
e dizem que apareceramhá mais de 3.000 anos,
ao Norte da Índia, na região de Gujaratna localizada
margem direita do Rio Send. No primeiro milênio d.C.,
deixaram o país e se dividiram em dois ramos:
o Pechen que atingiu a Europa através da Grécia;
e o Beni que chegou até a Síria, o Egito e a Palestina.
Existem vários clãs ciganos:
o Kalê (da Península Ibérica); o Hoharano (da Turquia);
o Matchuaiya (da Iugoslávia); o Moldovan (da Rússia)
e o Kalderash(da Romênia).
Porém de acordo com a nossa Tradição,
a teoria mais freqüente sobre a origem do Povo Cigano,
é que após um período de adaptação neste planeta,
os ciganos teriam surgido do interior da Terra e esperam
que um dia possam regressar ao seu lar.
Nada mais podemos revelar sobre isto,
pois trata-se de um dos nossos "segredos"
mais bem preservados.
Preste atenção à nossa trajetória e use com sabedoria a sua imaginação
.O grande lema do Povo Cigano é:
"O Céu é meu teto; a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha religião",
traduzindo um espírito essencialmente nômade
e livre dos condicionamentos das pessoas normais geralmente
cerceadas pelos sistemas aos quais estão subjugadas.
respeitando seus ciclos naturais e sua força geradora e provedora.
Santa Sara é comemorada e reverenciada todos os anos,
nos dias 24 e 25 de maio, através de uma longa noite de vigília e oração,
pelos ciganos espalhados no mundo inteiro, com candeias de velas azuis,
flores e vestes coloridas; muita música e muita dança,
cujo simbolismo religioso representa o processo de purificação
e renovação da natureza e o eterno "retorno dos tempos".
Os ciganos chegados em Andaluzia no séc. XV vieram do norte da Índia,
da região do Sind (atual Paquistão), fugindo das guerras e dos invasores
estrangeiros (inclusive de Tamerian, descendente de Gengis Khan).
As tribos do Sind se mudaram para o Egito e depois para a
Checoslováquia, Rússia, Hungria e Polônia, Balcãs e Itália, França e Espanha.
Seus nomes se latinizaram (de Sindel para Miguel; de András para André;
de Pamuel para Manuel, etc.). O primeiro documento data a entrada
dos ciganos na Espanha em 1447. Esse grupo se chamava a si mesmo
de "ruma calk" (que significa homem dos tempos)
e falavam o Caló (um dialeto indiano oriundo da região do Maharata).
Eles trouxeram a música, a dança, as palmas, as batidas dos pés
e o ritmo quente do "flamenco", tanto que essa palavra vem do árabe
"felco" (camponês) e "mengu" (fugitivo) e passou a ser sinônimo de "cigano andaluz"
à partir do séc. XVIII. Esse povo canta e dança tanto na alegria
como na tristeza pois para o cigano a vida é uma festa e a natureza que
o rodeia a mais bela e generosa anfitriã.
Onde quer que estejam, os ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e ornamentos,
e, principalmente por seus hábitos ruidosos.
São um povo cheio de energia e grande dose de passionalidade.
São tão peculiares dentro do seu próprio código de ética; honra e justiça;
senso, sentido e sentimento de liberdade que contagiam e incomodam
qualquer sistema. Porém, a comunidade cigana ama e respeita a natureza,
os idosos e todos os membros do grupo educam as crianças de todos,
dentro dos princípios e normas próprios de uma tradição puramente oral,
cujos ensinamentos são passados de pai para filho ou de mestre para discípulo,
através das estórias contadas e das músicas tocadas em torno das fogueiras
acesas e das barracas coloridas sempre montadas ao ar livre
(mesmo no fundo do quintal das ricas mansões dos ciganos mais abastados).