quarta-feira, 17 de junho de 2009

Oração aos 7 Ciganos

Sete Ciganos!
Que eu possa olhar a estrada de terra batida, as pedras do caminho e sentir vossas presenças.
Quando me sentir só que eu possa olhar para as árvores da estrada e sentir através de leve aragem as vossas forças.
Que na minha tristeza eu escute o som do violino cigano, através do canto dos pássaros que se torne impossível eu ficar impassível porque é a vossa música dizendo que estais junto de mim. Que eu possa ir as montanhas e campos e descubra a beleza da natureza e sinta o maravilhoso poder de Deus se fazendo presente.
Que eu possa deixar o orgulho, a tristeza, as decepções e obstáculos na terra, pois nada mais existe perante toda essa festa de cores, toda essa luminosidade que vem do arco-íris e representa as irradiações dos sete ciganos.
Que eu me sinta purificada neste ritual de cores e beleza.
Feliz e vitoriosa com a presença dos 7 ciganos na minha estrada.
Que assim seja!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sim!Eu sou cigana

Minha alma dança ao som de um violino.
Meu coração pulsa nas batidas do pandeiro,meus pés sapateiam ao som das castanholas!
Sim!Sou cigana de alma nesta vida!
Fui cigana em outras vidas!
Mora dentro de mim a alegria cigana que só quem tem sabe como é.
Vive comigo um povo que me traz luz e me guia.
Sim sou cigana!
Ao contrario do que o tolo preconceito diz..
.EU SOU CIGANA!!!
Amo ser cigana!!!
Me sinto cigana em todas as horas e minha alma cigana vibra em violeta,rosa ,lilás...
Tenho um arco íris no coração!
Amo o sol,amo a lua,a mo a natureza.
Louvado seja o pai maior que nos concedeu tantas belezas.
Sou cigana sim!
Meus olhos têm o brilho dos cristais.
Minhas mãos carregam a magia .
Tenho Santa Sara me cobrindo...
Claro que sou cigana!
Minha alma cigana é livre,é feliz,é de paz!
Salve o povo cigano dos meus caminhos!
Salve Santa Sara Kali!
(ArtBraga)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Costumes Ciganos

Tradicionalmente, os ciganos levam vida nômade, deslocando-se em grupos de tamanhos diversos, compostos por um conjunto de núcleos familiares mais ou menos extensos, sob a liderança de um chefe vitalício escolhido. A maioria dos ciganos, até poucas décadas atrás, ainda formavam caravanas puxadas por cavalos; abrigavam-se em tendas, pedreiras e minas. Em fogueira, ao ar livre, cozinhavam seus frangos, ovos e vegetais. Seus alimentos, afirmam os comentaristas mais críticos, eram "quase sempre roubados, já que eles não plantam, nem criam animais para o abate". "Sua profissão é a mentira", diz Cervantes. "Mas há uma lei cigana que proíbe roubar... alguém mais pobre."Viviam principalmente da criação e comércio de cavalos, do artesanato em metal, vime e madeira, e das artes divinatórias, como cartomancia e quiromancia. A música dos ciganos, executada em público apenas pelos homens, permanece muito popular e é uma atividade rendosa na Europa Central.

Cigano de "ontem"Primeira metade do sec. XX - França
www.casadei.fr


Violinista ciganoRepública Tcheca
www.slunceveskle.com

Não abandonam a quiromancia, embora professem a religião dominante no país em que se instalam. As adivinhações têm terminologia própria e algumas vezes utilizam as cartas como acessório. Através dos ciganos, o baralho (tarot) foi difundido pela Europa. Assimilam facilmente as artes do lugar onde habitam, em especial a música e as danças folclóricas. Interpretam-nas com um estilo próprio, que inclui o uso do violino, seu instrumento por excelência.Cada grupo tem um chefe natural, escolhido, não-hereditário.
Na família, o membro central é a mãe, que exerce autoridade sobre os filhos e é dona do patrimônio.O mesmo sistema se aplica à tribo, que tem uma mãe tribal, a puri dai, guardiã do código moral. Os infratores são julgados por um júri de "condes". E, nos casos mais graves, a pena é o banimento da tribo.Alguns estudos dão nuances diferentes da organização social dos ciganos, possivelmente em razão da diversidade dos grupos estudados. Quanto à posição das mulheres dizem que "segundo os costumes ciganos, as mulheres devem subserviência aos homens, e as mulheres casadas sempre usam um lenço para cobrir a cabeça".
Postado por LUNA CIGANA

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Os ciganos e a Deusa Mãe

Paulo Coelho - escritor
Uma vez por ano, ciganos de diversas partes do mundo se dirigem até Saintes-Maries-de-la-Mer, no sul da França, para homenagear Santa Sarah. Segundo a tradição, Sarah era uma cigana que vivia em uma pequena cidade à beira-mar quando a tia de Jesus, Maria Salomé, chegou ali com outros refugiados para escapar das perseguições romanas. Sarah ajudou-os, e terminou convertendo-se ao cristianismo.
Na festa que pude assistir, peças do esqueleto de duas mulheres que estão enterradas debaixo do altar são retiradas de um relicário e levantadas para abençoar a multidão com suas roupas coloridas, suas músicas e instrumentos. Em seguida, a imagem de Sarah, vestida com belíssimos mantos é retirada de um local perto da igreja (já que o Vaticano jamais a canonizou) e é levada em procissão até o mar através das ruelas cobertas de rosas. Quatro ciganos, vestidos com roupas tradicionais, colocam as relíquias em um barco cheio de flores, entram na água, repetem a chegada das fugitivas e o encontro com Sarah. A partir daí, tudo é música, festa, cantos, e demonstrações de coragem diante de um touro.
É fácil identificar Sarah como mais uma das muitas virgens negras que podem ser encontradas no mundo. Sara-la-Kali, diz a tradição, vinha de uma nobre linhagem e conhecia os segredos do mundo. Seria, no meu entender, mais uma das muitas manifestações do que chamam a Grande Mãe, a Deusa da Criação.
Cada vez mais o festival em Saintes-Maries-de-la-Mer atrai gente que nada tem a ver com a comunidade cigana. Por que? Porque o Deus Pai é sempre associado com o rigor e a disciplina do culto. A Deusa Mãe, pelo contrário, mostra a importância do amor acima de todas as proibições e tabus que conhecemos.
O fenômeno não é novidade: sempre que a religião endurece suas normas, um grupo significativo de pessoas tende a ir em busca de mais liberdade no contato espiritual. Isso aconteceu durante a Idade Média, quando a Igreja Católica limitava-se a criar impostos e construir conventos cheios de luxo; como reação, assistimos o surgimento de um fenômeno chamado "feitiçaria", que apesar de reprimido por causa de seu caráter revolucionário, deixou raízes e tradições que conseguiram sobreviver todos estes séculos.
Nas tradições pagãs, o culto da natureza é mais importante que a reverência aos livros sagrados; a Deusa está em tudo, e tudo faz parte da Deusa. O mundo é apenas uma expressão de sua bondade. Existem muitos sistemas filosóficos - como o taoísmo ou o budismo - que eliminam a idéia da distinção entre o criador e a criatura. As pessoas não tentam mais decifrar o mistério da vida, e sim fazer parte dele.
No culto da Grande Mãe, o que chamamos de "pecado", geralmente uma transgressão de códigos morais arbitrários, é bem mais flexível. Os costumes são mais livres, porque fazem parte da natureza, e não podem ser considerados como frutos do mal. Se Deus é mãe, então tudo que é necessário é juntar-nos aos ciganos e adorá-la através de ritos que procuram satisfazer sua alma feminina - como a dança, o fogo, a água, o ar, a terra, os cantos, a música, as flores, a beleza.
A tendência vem crescendo de maneira gigantesca nos últimos anos. Talvez estejamos diante de um momento muito importante na história do mundo, quando finalmente o Espírito se integra com a Matéria, os dois se unificam, e se transformam.

REZAS CIGANAS

REZAS CIGANAS
Em seu livro, Ciganos no Brasil, Melo Moraes Filho relaciona diversas rezas utilizadas pelos ciganos.
Eis algumas:
Reza de quebranto
Jesus seja comigo
E Jesus fale por mim
Se Jesus Falar por mim
Não haverá que se oponha
Contra mim
Esta oração deve ser pronuncida ao meio-dia ou à meia-noite,
depois do que defuma-se a criança que tem quebranto ou bucho-virado, acrescentando:
Nossa senhora defumou
O seu amado Filhinho
Pra cheirarEu a ti se te defumo
É pra sarar

Reza para obter-se o que é difícil
Rita sois dos impossíveis
De Jesus sois estimada
Sois a minha protetora
Rita minha advogada
Vós aflita e atingida
Correstes para os pés da cruz
Eu aflita e afligida
Me lanço aos pés de Jesus
Apesar de termos colhido da boca de legítimas calins estas orações, notamos que, do mesmo modo por que podem ser delas, podem ser uma assimilação.
São exceções.
O caráter das precedentes e das que se seguem é diverso.

Reza para ver-se a quem está ausente
Fulano, por detrás te vejo em cruz; e por mim, fulano, o sol e a luz!
Fulano, tu irás e acharás; em busca de mim, fulano, tu tornarásFulano,
Deus é; Deus quer; Deus pode tudo quanto quer
Assim, fulano, tu acabarás em bem, Amém

Reza contra bicheiras e insetos
Bichos maus, que fazeis, que comeis, que a Deus não levais?
Permita Jesus do Céu que caiam de um em um, de dois em dois, de três em três, de quatro em quatro, de cinco em cinco, de seis em seis, de sete em sete, de oito em oito, de nove em nove – Assim como Jesus é filho da Virgem de Nazaré.
A cada palavra, a cada frase, fustigam com galhos de arruda ou alecrim a úlcera verminosa, gavetas onde há traças, cupim, etc.

Reza para fazer aparecer negro fugido
Almas! almas! almas! – As três que morreram enforcadas; as três que morreram degoladas; as três que morreram afogadas – Todas três, todas seis, todas nove, que se incorporem no coração de fulano! – Que ele não possa alar, nem sossegar, nem aliviar, sem por esta porta entrar!
Esta invocação declamam, suspendendo uma enorme pedra, que colocam sobre a roupa do delinqüente, torcida em rodilha atrás da porta quando o sino bate meio-dia.
O processo repete-se por três dias consecutivos, no momento convencionado, e, asseguraram-nos as ciganas, ser seguido de êxito.

Reza para chamar a quem está longe
Fulano, eu não tenho por quem te mande buscar, nem por quem te mande abalar, nem por quem te mande quebrar as mãos, cordas do coração! – Só tenho quatro familiais, que estes moram nos Paraísos Infernais! – Vem! Que estes não possam ter sossego, sem que entres por esta porta a dentro!"

Reza para ter-se notícias de alguém ou saber-se o que se deseja
Meu poderoso São Pedro, príncipe de todos os apóstolos, que três vezes dissestes e logo vos arrependestes – Uma cova funda fizestes, onde ouvistes uma voz do céu dizer-vos: - Pedro, assim como isto é verdade ou mentira, mostra-me pela voz do povo...
Durante horas esquecidas dedilham no rosário esta oração, sentadas à porta da rua, e, das palavras ditas ao acaso pelos transeuntes, fazem combinações a que dão inteiro crédito.
Acrescentam elas que o encanto quebra-se, se quem reza fala ou responde a quem lhe questiona.

Reza para prevenir acontecimentos funestos
Eu, fulano, vejo hoje a luz para me encomendar a meu Deus filho da Virgem Maria: - Andarei tão seguramente como andou meu Senhor Jesus Cristo no ventre de Maria Santíssima: - Que nem meus inimigos, nem seus contrários, nem seus adversários, nunca ofenderam.
Assim, minha Mãe Santíssima da Conceição, não será o meu corpo ofendido, o meu sangue derramado, nem mal sentenciado.
Hoje, neste dia, em qualquer hora, com o sangue de meu Senhor Jesus Cristo, andará o meu corpo borrifado, e com o leite de Maria Santíssima andará coberto.
Ó Virgem pura, não fostes vós aquela Senhora, que dissestes pela vossa sacratíssima boca, que todo aquele que por vós chamasse cento e cinqüenta vezes havia de ser valido?
Pois hoje é ocasião. Valei-me, Virgem pura da Conceição!
Se vires, minha Mãe Santíssima, alguma má sentença dada hoje, neste dia, contra meu corpo, pela vossa mão direita será tirada e pela esquerda revogada. Amém.
(MORAES FILHO, Melo. Os ciganos no Brasil e Cancioneiro dos ciganos)

O POVO DAS ESTRELAS


O povo cigano tem em sua tradição a fama de mágico, misterioso e dono de grande sabedoria nas artes adivinhatórias.
As mulheres são vistas como modelo de sensualidade e sensibilidade, os homens de virilidade e magnetismo.
A música cigana tem, sem a menor dúvida, uma melodia que alimenta nossas fantasias e a dança é um tributo a alegria, a sensualidade, mas a música e a dança cigana são muito mais do que isso.
Eles vieram das estrelas diretamente para o interior da terra e, após um período de adaptação, subiram à superfície.
E até hoje, os Ciganos esperam pelo momento de regressar ao Cosmo. Nada mais pode ser contado sobre essa história, pois se trata de um dos seus "segredos" mais bem preservados.
A história registra seu aparecimento há mais de 3.000 anos, ao norte da Índia, na região de Gujaratna localizada na margem direita do Rio Send (atual Meganistão).
Mas, entre 950 e 1000 d.e., fugindo das guerras e dos invasores estrangeiros (inclusive de Tamerian, descendente de Gengis Khan), as tribos se mudaram para o Egito (daí o nome "gypsies" em inglês e "gitanos" em espanhol, que significa egípcio).
De lá partiram em duas direções: O grupo Pechen atingiu a Europa através da Grécia; o Beni chegou até a Síria e a Palestina.
Daí surgiu diversos clãs: o Kalê (da Península Ibérica); o Hoharano (da Turquia); o Matchuaiya (da Iugoslávia); o Moldovan (da Rússia) e o Kalderash (da Romênia).Seus nomes se latinizaram (de Sindel para Miguel; de András para André; de Pamuel para Manuel, etc.). Em 1447, estavam entrando em solo espanhol e se chamavam "ruma calk" (que significa homem dos tempos) e falavam o Caló (um dialeto indiano oriundo da região do Maharata). Traziam consigo a música, a dança, as palmas, as batidas dos pés e o ritmo quente do "flamenco", que se origina do árabe "felco" (camponês) e "mengu" (fugitivo). E desde o séc. XVIII passou a ser sinônimo de "cigano andaluz".
No Brasil, estima-se que os Ciganos começaram a chegar ao século XVI, nos estados da Bahia e de Minas Gerais, ainda nos tempos da colônia.
No século XVIII foram vistos em São Paulo, mas foram expulsos da cidade. Mas, no século XIX já estavam inseridos na população e eram aceitos pela classe alta.Em sua maioria, os ciganos são artistas (de muitas artes, inclusive a circense); e exímios ferreiros, fabricando seus próprios utensílios domésticos, suas jóias e suas selas.
São hábeis também manufaturando tachos, artesanato (principalmente em cobre - o metal nobre desse (povo), consertando panelas, vendendo cavalos, (atualmente vendem carros); fazendo e lendo as cartas ciganas para ver a "buena dicha" (boa sorte).
Na verdade cigano que se preza, antes de ler a mão, lê os olhos das pessoas (os espelhos da alma) e tocam seus pulsos (para sentirem o nível de vibração energética) e só então é que interpretam as linhas das mãos. A prática da Quiromancia não é interpretada como um mero sistema de adivinhação, mas, acima de tudo um inteligente esquema de orientação sobre o corpo, a mente e o espírito; sobre a saúde e o destino.
Tudo isso foi aprendido interagindo diretamente com a natureza.
Muito antes da palavra "ecologia" ser conhecida, os ciganos já buscavam uma ampla harmonia entre o homem e a natureza, respeitando seus ciclos naturais e sua força geradora e provedora.
Isso explica o grande lema do Povo Cigano:
"O Céu é meu teto; a Terra é minha Pátria e a Liberdade é minha religião",
que traduz um espírito essencialmente nômade e livre dos condicionamentos das pessoas normais geralmente cerceadas pelos sistemas aos quais estão subjugadas.
O líder de cada grupo cigano chama-se Barô/Gagú e é quem preside a Kris Romanis (Conselho de Sentença, para o povo Rom) com suas próprias leis e códigos de ética e justiça, onde são resolvidas todas as contendas e esclarecidas todas as dúvidas entre os ciganos liderados pelos mais velhos.
O mestre de cura (ou xamã cigano) é um Kakú (homem ou mulher) que possui dons de grande paranormalidade.
Eles usam ervas, chás e toques curativos.
Os ciganos geralmente se reúnem em tribos para festejar os ritos de passagem: o Nascimento, a Morte, o Casamento e os Aniversários; e acreditam na Reencarnação (mas não incorporam nenhum espírito ou entidade).
Cantam e dançam na alegria e na tristeza, pois para o cigano a vida é uma festa e a natureza que o rodeia a mais bela e generosa anfitriã.
Onde quer que estejam os ciganos são logo reconhecidos pelas suas roupas e ornamentos, e, Principalmente seus hábitos ruidosos.
São um povo cheio de energia e grande dose de passionalidade.
São peculiares dentro do seu próprio código de ética; honra e justiça; senso, sentido e sentimento de liberdade que contagiam e incomodam qualquer sistema.
Estão sempre reunidos nos campos, nas praias, nas feiras e nas praças, sempre transmitindo sua cultura.
As crianças ciganas normalmente freqüentam até o Primeiro Grau nas escolas dos gadjés (não - ciganos), para aprenderem apenas a escrever o próprio nome e fazer as quatro operações aritméticas.
A maioria das crianças não vai à escola com receio do preconceito existente em relação a elas.
Os idosos e todos os membros do grupo educam as crianças de todos, dentro dos princípios e normas próprios de uma tradição puramente oral, cujos ensinamentos são passados de pai para filho ou de mestre para discípulo, através das histórias contadas e das músicas tocadas em tomo das fogueiras acesas e das barracas coloridas sempre montadas ao ar livre (mesmo no fundo do quintal das ricas mansões dos ciganos mais abastados).
Claro que com o acelerado processo de aculturação, um bom número de ciganos, disfarçadamente, está freqüentando as universidades e até ocupando cargos de importância na vida pública do país.
Alguns são médicos, dentistas, engenheiros, e advogados.
Porém os de maior expressão na sociedade são artistas plásticos, comerciantes, joalheiros e músicos famosos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

ORIGENS

Há uma lenda cigana, passada por gerações e gerações, que diz que o povo cigano foi guiado por um rei no passado e que se instalaram em uma cidade da Índia chamada Sind onde eram muito felizes.
Mas em um conflito, os muçulmanos os expulsaram , destruindo toda a cidade. Desde então foram obrigados a vagar de uma nação a outra...
Outras informações sobre as origens dos ciganos foram obtidas através de estudos lingüísticos feitos a partir do século passado.
A comparação entre os vários dialetos que constituem a língua cigana, chamada romaní ou romanês, e algumas línguas indianas, como o sânscrito, o prácrito, o maharate e o punjabi, permitiu que se estabelecesse com certeza a origem indiana dos ciganos.
A razão pela qual abandonaram as terras nativas da Índia permanece ainda envolvida em mistério. Parece que eram originariamente sedentários e que devido ao surgimento de situações adversas, tiveram que viver como nômades.
Segundo outra lenda, narrada pelo poeta persa Firdausi no século V d.C., um rei persa mandou vir da Índia dez mil Luros, nome atribuído aos ciganos, para entreter o seu povo com música.
É provável que a corrente migratória tenha passado na Pérsia, mas em data mais recente, entre os séculos IX e X. Vários grupos penetraram no Ocidente, seja pelo Egito, seja pela via dos peregrinos, isto é, Creta e o Peloponeso.
O caráter misterioso dos ciganos deixou uma profunda impressão na sociedade medieval.
Mas a curiosidade se transformou em hostilidade, devido aos hábitos de vida muito diferentes daqueles que tinham as populações sedentárias.
A presença de bandos de ex-militares e de mendigos entre os ciganos contribuiu para piorar sua imagem.
Além disso, as possibilidades de assentamento eram escassas, pois a única possibilidade de sobrevivência consistia em viver às margens das sociedades.
Os preconceitos já existentes eram reforçados pelo convencimento difundido na Europa que a pele escura fosse sinal de inferioridade e de malvadeza.
Os ciganos eram facilmente identificados com os Turcos porque indiretamente e em parte eram provenientes das terras dos infiéis, assim eram considerados inimigos da igreja, a qual, condenava as práticas ligadas ao sobrenatural, como a cartomancia e a leitura das mãos que os ciganos costumavam exercer.
A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia o reconhecimento como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo haviam sido qualificados como Egípcios.
A oposição aos ciganos se delineou também nas corporações, que tendiam a excluir concorrentes no artesanato, sobretudo no âmbito do trabalho com metais. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe na criação de lendas e provérbios tendendo a por os ciganos sob mau conceito, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos (Gênesis 9:25).
Difundiu-se também a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Cristo (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando assim mais dolorosa a crucificação do Senhor).
Dos preconceitos á discriminação, até chegar as perseguições.
Na Sérvia e na Romênia foram mantidos em estado de escravidão por um certo tempo; a caça ao cigano aconteceu com muita crueldade e com bárbaros tratamentos.
Deportações, torturas e matanças foram praticadas em vários Estados, especialmente com a consolidação dos Estados nacionais.
Sob o nazismo os ciganos tiveram um tratamento igual ao dos judeus: muitos deles foram enviados aos campos de concentração, onde foram submetidos a experiências de esterilização, usados como cobaias humanas.
Calcula-se que meio milhão de ciganos tenha sido eliminado durante o regime nazista.
Atualmente, os ciganos estão presentes em todos os países europeus, nas regiões asiáticas por eles atravessadas, nos países do oriente médio e do norte da África. Na Índia existem grupos que conservam os traços exteriores das populações ciganas: trata-se dos Lambadi ou Banjara, populações semi-nômades que os "ciganólogos" definem como "Ciganos que permaneceram na pátria".
Nas Américas e na Austrália eles chegaram acompanhando deportados e colonos; sucessivamente estabeleceram fluxos migratórios para aquelas regiões. Recentes estimativas sobre a consistência da população cigana indicam uma cifra ao redor de 12 milhões de indivíduos.
Deve-se salientar que estes dados são aproximados, pois na ausência de censos, esses se baseiam em fontes de informação nem sempre corretas e confirmadas.
Na Itália inicialmente o grupo dos Sintos representava uma grande maioria, sobretudo no Norte; mas nos últimos trinta anos esse grupo foi progressivamente alcançado e às vezes suplantado pelo grupo dos Rom provenientes da vizinha antiga Iugoslávia e, em quantidades menores, de outros países do leste europeu.
Na Itália meridional já estava presente há muito tempo o grupo dos Rom Abruzzesi, vindos talvez por mar desde os Balcãs.
A ORIGEM
A origem indiana dos ciganos é hoje admitida por todos os estudiosos.
População indo-européia, mais especialmente indo-iraniana: não há dúvidas quanto ao que diz respeito à língua e à cultura.
Os indianistas modernos, no entanto, têm tendência a não considerá-lo um grupo homogêneo, mas um povo viajante muito antigo, composto de elementos diversos, alguns dos quais poderiam vir do sudeste da Índia.
A maior parte dos indianistas, porém, fixa a pátria dos ciganos no noroeste da Índia. A maioria, igualmente, os ligam à casta dos párias.
Isso em parte por causa de seu aspecto miserável, que não se deve a séculos de perseguição, pois foi descrito bem antes da era das perseguições.
Também por causa dos empregos subalternos e das profissões geralmente desprezadas na Índia contemporânea pelos indianos que lhes parecem estreitamente aparentados.
Um dos nomes mais freqüentemente dados aos ciganos era o de Egypcios.
Por que esse nome, por que os títulos de duque ou conde do Pequeno Egito adotados com freqüência pelos chefes ciganos?
Uma crônica de Constâncio menciona os "Ziginer", que visitam, em 1438, a cidade de uma ilha "não distante do Pequeno Egito".
Um dos principais centros na costa do Peloponeso encontrava-se ao pé do monte Gype, conhecido pelo nome de Pequeno Egito.
Pode-se perguntar por que o local era chamado de Pequeno Egito.
Não seria justamente por causa da presença dos Egypcios?
O certo é que não pode se tratar do Egito africano. O itinerário das primeiras migrações ciganas não passa pela África do Norte.
O geógrafo Bellon, ao visitar o vale do Nilo no século XVI, encontra, diz ele, pessoas designadas de Egypcios na Europa, pessoas que no próprio Egito eram consideradas estrangeiras e recém-chegadas.
Nenhum argumento histórico ou lingüístico permite confirmar a hipótese de algum êxodo dos ciganos do Egito, ao longo da costa africana para ganhar, pelo sul, a península ibérica.
Ao contrário, os ciganos chegaram à Espanha pelo norte, depois de terem atravessado toda a Europa.
O cigano designa a si próprio como Rom, pelo menos na Europa (Lom, na Armênia; Dom, na Pérsia; Dom ou Dum, Síria) ou então como Manuche.
Todos esses vocábulos são de origem indiana (manuche, ou manus, deriva diretamente do sânscrito) e significam "homem", principalmente homem livre. "Rom" e "Manuche" se aplicam a dois dos principais grupos ciganos da Europa Ocidental.
Uma designação logrou êxito, a de uma antiga seita herética vinda da Ásia Menor à Grécia, os Tsinganos, dos quais subsistia - quando da chegada dos ciganos à terra bizantina - a fama de mágicos e adivinhos.
Os gregos diziam Gyphtoï ou Aigyptiaki; os albaneses, Evgité. Depois que partiram das terra gregas, ficou-lhes esse nome, sob diversas formas.
O nome Égyptien era de uso corrente na França do séc. XV ao XVII. Em espanhol, Egiptanos, Egitanos, posteriormente Gitanos (de onde surgiu Gitans em francês); às vezes em português Egypcios; em inglês Egypcians ou Egypcions, Egypsies, posteriormente Gypsies; em neerlandês, Egyptenaren, Gipten ou Jippenessen.
LÍNGUA
A língua cigana (o romani) é uma língua da família indo-européia.
Pelo vocabulário e pela gramática, está ligada ao sânscrito.
Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estreitamente aparentada a línguas vivas tais como o hindi, o goujrathi, o marathe, o cachemiri.
No entanto, eles assimilariam muitos vocábulos das línguas dos países por onde passaram.
RELIGIÃO
Os ciganos, ao deixarem a Índia, não carregaram suas divindades.
Eles possuíam na sua língua apenas uma palavra para designar Deus (Del, Devel). Eles se adaptaram facilmente às religiões dos países onde permaneceram.
No mundo bizantino, tornaram-se cristãos. Já no início do século XIV, em Creta, praticavam o rito grego.
Nos países conquistados pelos turcos, muitos ciganos permaneceram cristãos enquanto que outros renderam-se ao Islã.
Desde suas primeiras migrações em direção ao Oeste eles diziam ser cristãos e se conduziam como peregrinos.
A peregrinação mais citada em nossos dias, quando nos referimos aos ciganos, é a de Saintes-Maries-de-la-Mer, na região da Camargue (sul da França). Antigamente era chamada de Notres-Dames-de-la-Mer.
Mas não foi provado que, sob o Antigo Regime, os ciganos tenham tomado parte na grande peregrinação cristã de 24 e 25 de maio, tão popular desde a descoberta no tempo do rei René, das relíquias de Santa Maria Jacobé e de Santa Maria Salomé, que surgiram milagrosamente em uma praia vizinha.
Nem que já venerassem a serva das santas Marias, Santa Sara a Egípcia, que eles anexarão mais tarde como sua compatriota e padroeira.
A origem do culto de Santa Sara permanece um mistério e foi provavelmente na primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande peregrinação anual à Camargue
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domingo, 1 de fevereiro de 2009

Curiosidades sobre o Povo Cigano

Há uma lenda cigana, passada por gerações e gerações, que diz que o povo cigano foi guiado por um rei no passado e que se instalaram em uma cidade da Índia chamada Sind onde eram muito felizes.
Mas em um conflito, os muçulmanos os expulsaram , destruindo toda a cidade. Desde então foram obrigados a vagar de uma nação a outra...
Outras informações sobre as origens dos ciganos foram obtidas através de estudos lingüísticos feitos a partir do século passado.
A comparação entre os vários dialetos que constituem a língua cigana, chamada romaní ou romanês, e algumas línguas indianas, como o sânscrito, o prácrito, o maharate e o punjabi, permitiu que se estabelecesse com certeza a origem indiana dos ciganos.
A razão pela qual abandonaram as terras nativas da Índia permanece ainda envolvida em mistério.
Parece que eram originariamente sedentários e que devido ao surgimento de situações adversas, tiveram que viver como nômades.
Segundo outra lenda, narrada pelo poeta persa Firdausi no século V d.C., um rei persa mandou vir da Índia dez mil Luros, nome atribuído aos ciganos, para entreter o seu povo com música.
É provável que a corrente migratória tenha passado na Pérsia, mas em data mais recente, entre os séculos IX e X.
Vários grupos penetraram no Ocidente, seja pelo Egito, seja pela via dos peregrinos, isto é, Creta e o Peloponeso.
O caráter misterioso dos ciganos deixou uma profunda impressão na sociedade medieval.
Mas a curiosidade se transformou em hostilidade, devido aos hábitos de vida muito diferentes daqueles que tinham as populações sedentárias.
A presença de bandos de ex-militares e de mendigos entre os ciganos contribuiu para piorar sua imagem.
Além disso, as possibilidades de assentamento eram escassas, pois a única possibilidade de sobrevivência consistia em viver às margens das sociedades.
Os preconceitos já existentes eram reforçados pelo convencimento difundido na Europa que a pele escura fosse sinal de inferioridade e de malvadeza.
Os ciganos eram facilmente identificados com os Turcos porque indiretamente e em parte eram provenientes das terras dos infiéis, assim eram considerados inimigos da igreja, a qual, condenava as práticas ligadas ao sobrenatural, como a cartomancia e a leitura das mãos que os ciganos costumavam exercer.
A falta de uma ligação histórica precisa a uma pátria definida ou a uma origem segura não permitia o reconhecimento como grupo étnico bem individualizado, ainda que por longo tempo haviam sido qualificados como Egípcios.
A oposição aos ciganos se delineou também nas corporações, que tendiam a excluir concorrentes no artesanato, sobretudo no âmbito do trabalho com metais. O clima de suspeitas e preconceitos se percebe na criação de lendas e provérbios tendendo a por os ciganos sob mau conceito, a ponto de recorrer-se à Bíblia para considerá-los descendentes de Caim, e portanto, malditos (Gênesis 9:25). Difundiu-se também a lenda de que eles teriam fabricado os pregos que serviram para crucificar Cristo (ou, segundo outra versão, que eles teriam roubado o quarto prego, tornando assim mais dolorosa a crucificação do Senhor).
Dos preconceitos á discriminação, até chegar as perseguições.
Na Sérvia e na Romênia foram mantidos em estado de escravidão por um certo tempo; a caça ao cigano aconteceu com muita crueldade e com bárbaros tratamentos.
Deportações, torturas e matanças foram praticadas em vários Estados, especialmente com a consolidação dos Estados nacionais.
Sob o nazismo os ciganos tiveram um tratamento igual ao dos judeus: muitos deles foram enviados aos campos de concentração, onde foram submetidos a experiências de esterilização, usados como cobaias humanas.
Calcula-se que meio milhão de ciganos tenha sido eliminado durante o regime nazista.
Atualmente, os ciganos estão presentes em todos os países europeus, nas regiões asiáticas por eles atravessadas, nos países do oriente médio e do norte da África. Na Índia existem grupos que conservam os traços exteriores das populações ciganas: trata-se dos Lambadi ou Banjara, populações semi-nômades que os "ciganólogos" definem como "Ciganos que permaneceram na pátria".
Nas Américas e na Austrália eles chegaram acompanhando deportados e colonos; sucessivamente estabeleceram fluxos migratórios para aquelas regiões.
Recentes estimativas sobre a consistência da população cigana indicam uma cifra ao redor de 12 milhões de indivíduos.
Deve-se salientar que estes dados são aproximados, pois na ausência de censos, esses se baseiam em fontes de informação nem sempre corretas e confirmadas.
Na Itália inicialmente o grupo dos Sintos representava uma grande maioria, sobretudo no Norte; mas nos últimos trinta anos esse grupo foi progressivamente alcançado e às vezes suplantado pelo grupo dos Rom provenientes da vizinha antiga Iugoslávia e, em quantidades menores, de outros países do leste europeu.
Na Itália meridional já estava presente há muito tempo o grupo dos Rom Abruzzesi, vindos talvez por mar desde os Balcãs.
A família é sagrada para os ciganos.
Os filhos normalmente representam uma forte fonte de subsistência. As mulheres através da prática de esmolar e da leitura de mãos.
Os homens, atingida uma certa idade, são freqüentemente iniciados em outras atividades como acompanhar o pai às feiras para ajudá-lo na venda de produtos artesanais.
A FamíliaAlém do núcleo familiar, a família extensa, que compreende os parentes com os quais sempre são mantidas relações de convivência no mesmo grupo, comunhão de interesses e de negócios, possuem freqüentes contatos, mesmo se as famílias vivem em lugares diferentes.
Um exemplo de classificação da sociedade cigana (tirado em parte do livro Mutation Tsigane, de J.P.Liégeois):
:grupo > subgrupo> nátsija (nacionalidade) >
vítsa (descendência,
leva o nome do chefe da estirpe) >
família > indivíduo
ROMKalderáshaSerbijája (Sérvios)MinéshtiDemítrox,
y, ...........Márcovitchx, y, ...........outrosx, y, ...........PapinéshtiJonéshtiFrunkaléshtioutrosMoldovája (Moldávios)DemóniJonikóniPorónioutrosGrekúrja (Gregos)BedóniKiriléshtiShandorónioutrosVúngrika (Húngaros)
JonéshtioutrosXoraxája ou Xoraxané ou Horahanê
(Turcos)outrosLováraChuráraMachwáyaBoyásha (Ciganos de Circo)
outrosSINTI (ou MANUSH)Gáchkane (Alemães) etc.
Estrekárja (Austríacos) etc.Valshtiké (Franceses)Piemontákeri (Piemonteses)LombardosMarquigianos
outrosKALÉ (ou GITANOS ou CIGANOS)Catalães etc.AndaluzesPortuguesesNota:
Enquanto que entre os Rom a classificação em "subgrupos" acontece com base em identificação de tipo ergonímico (denominação que traz origem na profissão tradicionalmente exercida),
entre os Sintos e os Kalé os subgrupos são geralmente designados segundo um conceito de natureza toponímica (referindo-se a lugares de assentamento histórico).Diferentemente dos Rom, estes não conhecem outras classificações de "nátsija" e de "vítsa".
Pode-se porém afirmar que o subgrupo entre os Sintos e os Kalé na realidade corresponda à "nátsja" dos Rom.Com base nisso, o esquema de classificação social desses dois grupos pode ser configurado do seguinte modo:grupo > subgrupo (= nátsija)> família > indivíduo
Além da família extensa, há entre os rom um conjunto de várias famílias( não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo e ao mesmo subgrupo.
O nômade é por sua própria natureza individualista e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre Sintos e Rom, deve-se reconhecer o respeito existente com os mais velhos, aos quais sempre recorrem.
Entre os Rom a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnítori, isto é, por aquele que preside a kris.
A kris é um verdadeiro tribunal cigano, constituído pelos membros mais velhos do grupo e se reúne em casos especiais, quando se deve resolver problemas delicados como controvérsias matrimoniais ou ações cometidas com danos para membros do mesmo grupo.
Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar, e a decisão unilateral cabe aos membros anciães designados, presididos pelo krisnítori, que após haver escutado as partes litigantes, decidem, depois de uma consulta, a punição que o que estiver errado deverá sofrer.
Recentemente, a controvérsia se resolve ,em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa, que pode chegar a vários milhares de dólares; no passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em penas corporais.
Diáspora CiganaHá cerca de mil anos, um grupo de famílias saiu da Índia em direção ao Oeste.
A essa decisão – tomada em local incerto e por motivos ignorados – devemos a sobrevivência da língua romani, a alegria inigualável das orquestras ciganas presentes através dos séculos, tanto nos palácios como nas praças, as rapsódias húngaras de Franz Lizt, o flamenco espanhol, os versos do Romancero Gitano, de Frederico Garcia Lorca, a crença nos milagres de Santa Sara, a peregrinação a Saintes-Marie-de-la Mer, na França, o aparecimento dos violinistas de restaurante indicando o momento do beijo nos filmes de Hollywood da década de 50, o conhecimento de nosso destino pela leitura das linhas das mãos.
Devemos também à diáspora dos ciganos a criação de inúmeras heroínas literárias, desde ciganas legítimas – como Esmeralda amada por Quasímodo, o corcunda de Notre Dame, a Gitanilla de Miguel de Cervantes Saavedra e a Carmem de Georges Bizet – até Capitu, que apesar de brasileira tinha olhos não apenas de ressaca, mas "de cigana oblíqua de dissimulada".
Devemos aos ciganos, enfim, a interminável intriga romântica dos 155 capítulos da novela "Explode Coração", exibida pela Rede Globo, e o remorso por termos deixado que fossem exterminados em massa durante o genocídio nazista. Nós, os "gadje" - como eles nos chamam -, tivemos pelos ciganos, nos seus mil anos de diáspora, uma atitude pendular entre o fascínio e a desconfiança.
Admiramos seu estilo de vida sem âncoras nem raízes, domando ursos, negociando cavalos, trabalhando o cobre, fazendo música.
Por outro lado, os acusamos de todos os males infamantes, da feitiçaria ao canibalismo, de rogar pragas a roubar crianças.
Na verdade, as crianças roubadas foram as suas.
Um exemplo entre muitos: o trem que chegou a Buchenwald em 10 de outubro de 1944 trazia 800 crianças ciganas.
Foram todas assassinadas nas câmaras de gás do crematório cinco.
Durante muito tempo, não acreditávamos que os ciganos tivessem sequer uma língua. Os sons que pronunciavam aos ouvidos ocidentais como algaravia, simples código para melhor enganar os "gadje".
Também não sabíamos por que eram chamados ciganos ou gitanos.
A palavra cigana teria sua origem nos "atzigani", seita herética do Oriente médio, praticante da quiromancia, enquanto gitano, corruptela de egiptano (gitane, em francês, gypcie, em inglês) seria uma lembrança da passagem dos ciganos pelo Egito de nossos, não o Egito de nossos Atlas modernos, mas o chamado "pequeno Egito", ocupando o lugar da Grécia.
A explicação mais usual é que seriam sobreviventes da Atlântida.
Foi preciso esperar o século XIX para que surgisse a luz. Estudos sobre as origens da língua cigana – o romani – tornaram-se verdadeira ciência graças aos trabalhos do alemão Pott, do grego Paspati, do austríaco Micklosicyh, do italiano Ascoli.
Comprovaram eles que o romani pertence à família indo-européia.
Pelo vocabulário e pela gramática está ligado ao sânscrito (como o português ao latim).
Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estritamente aparentando a línguas vivas, tais como o hindi, o goujrathi, o marata e o cachemiri. Identificando as palavras que foram incorporando-se ao idioma original e seguindo as indicações dos antropólogos, dos historiadores, das tradições orais e até dos grupos sangüíneos foi possível estabelecer com certeza a origem dos ciganos no norte da Índia.
Vieram eles do Estado atual de Délhi ou de seus arredores, muito possivelmente do Rajastão.
De lá seguiram até a Pérsia, onde seu caminho se separou em tridente, uma ponta descendo para o Egito, a segunda morrendo na Armênia, a terceira avançando pela Turquia e pela Grécia, de onde os ciganos espalharam-se por toda a Europa e, atravessando o mar, pelo continente americano.
No Brasil, os primeiros grupos chegaram no século XVII, ao Maranhão.
Por onde passavam, os ciganos deixavam sua marca na música e na dança. Puristas afirmam que não existem músicas e danças essencialmente ciganas, mas apenas influências, o que gera controvérsias nas classificações. Mas esse é um assunto para especialistas.
O certo é que o cigano não apenas assimilava a música dos países nos quais vivia, mas a mantinha viva, era capaz de enriquecê-la e recicla-la a sua maneira, transportando-a além das fronteiras.
Sua música encantava igualmente o povo e a aristocracia, um dos motivos pelos quais os primeiros grupos que surgiram na Europa, por volta do século XIV, foram bem recebidos.
Cedo, no entanto, surgiu o preconceito com suas conseqüências.
Primeiro, a exclusão dos ritos sociais:
a Igreja não enterrava ciganos em campos consagrados nem batizava seus filhos. Depois, o arsenal completo da perseguição: ferro em brasa, forca, decapitação, suplício da roda, deportação em massa.
No tempo do nazismo, os ciganos sofreram a mesma sorte dos judeus e dos homossexuais, assassinados lado a lado nos campos de concentração de Ravensbrück, Dachau, Buchenwald, Auschwitz e Birkenau.
Não se sabe bem por qual razão, os nazistas permitiram que conservassem seus instrumentos musicais.
A música serviu-lhes de último consolo.
Um sobrevivente não cigano relembra uma passagem do ano de 1939 em Buchenwald:
"De repente, o som de um violino cigano surgiu de uma das barracas, ao longe, como que vindo de uma época e de uma atmosfera mais feliz... Árias da estepe húngara, melodias de Viena e de Budapeste, canções de minha terra".Música CiganaFoi na Europa central e oriental que a música cigana (vocal e instrumental) teve – e continua a ter – seu público mais fiel e apaixonado.
Os elementos musicais turco-árabes, recolhidos pelos músicos ciganos nas cores dos paxás e dos beis, floresceram na Hungria com a incorporação dos instrumentos, da técnica, da orquestração e da harmonização europeus.
Desde o século XVII, os senhores magiares mantinham orquestras ciganas.
Dois nomes ficaram na história: o do cimbalista Simon Banyak, protegido da imperatriz Maria Teresa, e Janos Bihari, autor de "Kronunhs", música para o coração da imperatriz Maria Luisa da Hungria, em 1808.
Assim como na Hungria e na Transilvânia, os ciganos eram numerosos na Moldávia, na Valáquia e nos países que viviam a formar a Iugoslávia.
Grupos de cantores ciganos foram introduzidos na Rússia pelo conde Aléxis da Moldávia, sob o reinado de Catarina, a Grande, e fizeram enorme sucesso nos anos que se seguiram à guerra de 1812 contra Napoleão.
A música cigana espanhola, conhecida desde os tempos de Cervantes, ganhou popularidade universal com o canto jondo.
Vários compositores europeus foram intensamente influenciados pelos ciganos. Além de Liszt, o mais conhecido, também Haydn, Schubert, Beethoven e Brahms.
Dança Cigana sempre foram atração especial nas cortes européias, a começar pela francesa.
Desde o tempo de Henrique IV apresentavam-se dançarinos ciganos no castelo de Fontainebleau e na residência da marquesa de Sévigné. Moliére, em O Casamento Forçado, introduz no palco um grupo de ciganos e ciganos dançando ao som de pandeiros. Numa das apresentações, o próprio Luís XIV dançou vestido de cigano.Na Turquia, a dança era uma das profissões ciganas mais características. O cortejo das tropas de Constantinopla que desfilou para sultão Mourad IV, no século XVII, tinha, após a seção dos músicos, uma seção de dançarinos, entre os quais numerosos ciganos.
Em Portugal, a Farsa das Ciganas, de Gil Vicente, apresentada em 1521, mostrava quatro mulheres ciganas que cantavam e dançavam.Foi na Espanha, entretanto e, sobretudo nas terras do sul, no antigo reinado de Granada, que a dança cigana floresceu em seu terreno mais fértil.
De seu encontro com a arte árabe nasceria o inigualável flamenco da Andaluzia.
A Língua dos CiganosA língua cigana (o romani) é uma língua da família indo-européia.
Pelo vocabulário e pela gramática, está ligada ao sânscrito.
Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estreitamente aparentada a línguas vivas tais como o hindi, o goujrathi, o marathe, o cachemiri.
No entanto, eles assimilariam muitos vocábulos das línguas dos países por onde passaram.
Religião dos Ciganos
Os ciganos, ao deixarem a Índia, não carregaram suas divindades.
Eles possuíam na sua língua apenas uma palavra para designar Deus (Del, Devel). Eles se adaptaram facilmente às religiões dos países onde permaneceram.
No mundo bizantino, tornaram-se cristãos. Já no início do século XIV, em Creta, praticavam o rito grego.
Nos países conquistados pelos turcos, muitos ciganos permaneceram cristãos enquanto que outros renderam-se ao Islã.
Desde suas primeiras migrações em direção ao Oeste eles diziam ser cristãos e se conduziam como peregrinos.
A peregrinação mais citada em nossos dias, quando nos referimos aos ciganos, é a de Saintes-Maries-de-la-Mer, na região da Camargue (sul da França). Antigamente era chamada de Notres-Dames-de-la-Mer.
Mas não foi provado que, sob o Antigo Regime, os ciganos tenham tomado parte na grande peregrinação cristã de 24 e 25 de maio, tão popular desde a descoberta no tempo do rei René, das relíquias de Santa Maria Jacobé e de Santa Maria Salomé, que surgiram milagrosamente em uma praia vizinha.
Nem que já venerassem a serva das santas Marias, Santa Sara a Egípcia, que eles anexarão mais tarde como sua compatriota e padroeira.
A origem do culto de Santa Sara permanece um mistério e foi provavelmente na primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande peregrinação anual a Camargue.
(Fonte: Livro Mille ans d'histoire des Tsiganes, autor:
François de Vaux de Foletier).
Texto cedido por Ruth Escobar. 8º Festival de Artes Cênicas de São Paulo Vários ditados ciganos em Romanês fazem alusão à benção de gerar filhos:
• "E JULI QUE NAILA CHAVÊ THI SPORIL E VITZA"( A mulher que não tem filho passa pela vida e não vive);
• "MAI FALIL EK CHAU ANO DY, DIKÊ EK GUNÔ PERDO GALBENTÇA"( Mais vale um filho no ventre do que um baú cheio de moedas de ouro);
• "NAI LOVÊ ANÊ LUMIA THIE POTINÁS EK CHAU"( Não existe dinheiro no mundo que pague um filho).
Dentro da comunidade cigana, o casal em que um dos dois seja impossibilitado de ter filhos, embora amando-se, a comunidade faz com que se separem, porque o amor que se têm pela perpetuação da raça supera ou abafa qualquer outro sentimento.A família, para o povo cigano, é o seu maior patrimônio.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

CIGANA DO EGITO - FLOR DE LÓTUS



Postado no Setembro 21, 2007 por alexdeoxossi


"Conheço CIGANA FLÔR DE LOTUS,

cujo seu nome verdadeiro,

não me acho no direito de revelar, no entanto,

posso dizer a você, que em todas as suas Incorporações,

usa em seu braço esquerdo, uma pulseira e um bracelete de ouro.

Veste-se com roupas de teciransparentes, túnicas e saias separadamente, de pouco falar de muito exigir

.Reza a sua Lenda, que foi abandonada por sua mãe,

e que viveu até os seus 16 anos de idade, como escrava de um Faraó.

Desencarnou com uma doença grave de pulmão, hoje conhecidamente como Tuberculose.

Quanto aos seus restos mortais, o que impressionou, foi o fato, de que apesar de ser sepultada como simples escrava, seus olhos e seu útero, permaneciam intactos.

É a Cigana que cura os problemas de visão, e dá fertilidade as mulheres estéreis.Viveu na era Antes de Cristo.

Fato que faz com que ela tenha alguma rejeição em relação ao Cristianismo.

Quem descobre o Segredo da FLÔR DE LOTUS, descobre a Chave da Plenitude da Vida Eterna. Descobrir o Segredo da FLÔR DE LOTUS é antes de tudo, não ter medo do que terá que enfrentar.A FLÔR DE LOTUS é a certeza que precisamos de tudo e de todos para existirmos, ou seja, por mais que pareçamos independentes, só existimos porque as coisas em nossa volta existem. Algumas vezes sozinho, mas nunca solitários. Outras vezes triste, mas nunca deprimidos."Eis o PONTOTantas vezes quisTantas vezes pediDe nada adiantouPrecisei olhar para cimaAcreditarem mimE eu sorri para o solPara a luaBem disse a chuvaBem disse aos ventosAreias escaldantesQueimaram meus pésE assim aprendiQue sou filha do tempo, do Faraó, de Alá, de Jeová…E assim aprendiA Vida é minha mãeMas é a MorteQue me consola e me amparaQuando minha mãe se despede…Estar vivo é a grande certeza de que o Universo conspira a nosso favor!PELO ESPIRITO PHILLERMON - TRANSCRITO PELO MÉDIUM ALEX DE OXÓSSI

ETNIA CIGANA: Curiosidades

A família é sagrada para os ciganos.
Os filhos normalmente representam uma forte fonte de subsistência.
As mulheres através da prática de esmolar e da leitura de mãos.
Os homens, atingida uma certa idade, são freqüentemente iniciados em outras atividades como acompanhar o pai às feiras para ajudá-lo na venda de produtos artesanais.
Além do núcleo familiar, a família extensa, que compreende os parentes com os quais sempre são mantidas relações de convivência no mesmo grupo, comunhão de interesses e de negócios, possuem freqüentes contatos, mesmo se as famílias vivem em lugares diferentes.
Um exemplo de classificação da sociedade cigana (tirado em parte do livro Mutation Tsigane, de J.P.Liégeois)::
grupo > subgrupo> nátsija (nacionalidade)
vítsa (descendência, leva o nome do chefe da estirpe)
família > indivíduo
ROMKalderáshaSerbijája (Sérvios)MinéshtiDemítrox,
y, ...........Márcovitch Ianov Jinovx,
y, ...........outrosx,
y, ...........PapinéshtiJonéshtiFrunkaléshtioutrosMoldovája (Moldávios)DemóniJonikóniPorónioutrosGrekúrja (Gregos)BedóniKiriléshtiShandorónioutrosVúngrika (Húngaros)JonéshtioutrosHokrakané ou Horahanê (Turcos) Taierovitchi MarcovitchioutrosLovára Machwáya IvanovitchiBoyásha (Ciganos de Circo)outros
SINTI (ou MANUSH)Gáchkane (Alemães) etc.
Estrekárja (Austríacos) etc.
Valshtiké (Franceses)
Piemontákeri (Piemonteses)
LombardosMarquigianosoutros
KALÉ (ou GITANOS ou CIGANOS)
Catalães etc.AndaluzesPortugueses
Nota:
Enquanto que entre os Rom a classificação em "subgrupos" acontece com base em identificação de tipo ergonímico (denominação que traz origem na profissão tradicionalmente exercida),
entre os Sintos e os Kalé os subgrupos são geralmente designados segundo um conceito de natureza toponímica (referindo-se a lugares de assentamento histórico).
Diferentemente dos Rom, estes não conhecem outras classificações de "nátsija" e de "vítsa".
Pode-se porém afirmar que o subgrupo entre os Sintos e os Kalé na realidade corresponda à "nátsja" dos Rom.
Com base nisso, o esquema de classificação social desses dois grupos pode ser configurado do seguinte modo:
grupo > subgrupo (= nátsija)> família > indivíduo
Além da família extensa, há entre os rom um conjunto de várias famílias
( não necessariamente unidas entre si por laços de parentesco) mas todas pertencentes ao mesmo grupo e ao mesmo subgrupo.
O nômade é por sua própria natureza individualista e mal suporta a presença de um chefe: se tal figura não existe entre Sintos e Rom, deve-se reconhecer o respeito existente com os mais velhos, aos quais sempre recorrem.
Entre os Rom a máxima autoridade judiciária é constituída pelo krisnítori,
isto é, por aquele que preside a kris.
A kris é um verdadeiro tribunal cigano, constituído pelos membros mais velhos do grupo e se reúne em casos especiais, quando se deve resolver problemas delicados como controvérsias matrimoniais ou ações cometidas com danos para membros do mesmo grupo.
Na kris podem participar também as mulheres, que são admitidas para falar, e a decisão unilateral cabe aos membros anciães designados, presididos pelo krisnítori, que após haver escutado as partes litigantes, decidem, depois de uma consulta, a punição que o que estiver errado deverá sofrer.
Recentemente, a controvérsia se resolve ,em geral, com o pagamento de uma soma proporcional ao tamanho da culpa, que pode chegar a vários milhares de dólares; no passado, se a culpa era particularmente grave, a punição podia consistir no afastamento do grupo ou, às vezes, em penas corporais.
Diáspora Cigana
Há cerca de mil anos, um grupo de famílias saiu da Índia em direção ao Oeste.
A essa decisão – tomada em local incerto e por motivos ignorados – devemos a sobrevivência da língua romani, a alegria inigualável das orquestras ciganas presentes através dos séculos, tanto nos palácios como nas praças, as rapsódias húngaras de Franz Lizt, o flamenco espanhol, os versos do Romancero Gitano, de Frederico Garcia Lorca, a crença nos milagres de Santa Sara, a peregrinação a Saintes-Marie-de-la Mer, na França, o aparecimento dos violinistas de restaurante indicando o momento do beijo nos filmes de Hollywood da década de 50, o conhecimento de nosso destino pela leitura das linhas das mãos.
Devemos também à diáspora dos ciganos a criação de inúmeras heroínas literárias, desde ciganas legítimas – como Esmeralda amada por Quasímodo, o corcunda de Notre Dame, a Gitanilla de Miguel de Cervantes Saavedra e a Carmem de Georges Bizet – até Capitu, que apesar de brasileira tinha olhos não apenas de ressaca, mas "de cigana oblíqua de dissimulada".
Devemos aos ciganos, enfim, a interminável intriga romântica dos 155 capítulos da novela "Explode Coração", exibida pela Rede Globo, e o remorso por termos deixado que fossem exterminados em massa durante o genocídio nazista.
Nós, os "gadje" - como eles nos chamam -, tivemos pelos ciganos, nos seus mil anos de diáspora, uma atitude pendular entre o fascínio e a desconfiança. Admiramos seu estilo de vida sem âncoras nem raízes, domando ursos, negociando cavalos, trabalhando o cobre, fazendo música.
Por outro lado, os acusamos de todos os males infamantes, da feitiçaria ao canibalismo, de rogar pragas a roubar crianças.
Na verdade, as crianças roubadas foram as suas.
Um exemplo entre muitos: o trem que chegou a Buchenwald em 10 de outubro de 1944 trazia 800 crianças ciganas. Foram todas assassinadas nas câmaras de gás do crematório cinco.
Durante muito tempo, não acreditávamos que os ciganos tivessem sequer uma língua.
Os sons que pronunciavam aos ouvidos ocidentais como algaravia, simples código para melhor enganar os "gadje". Também não sabíamos por que eram chamados ciganos ou gitanos.
A palavra cigana teria sua origem nos "atzigani", seita herética do Oriente médio, praticante da quiromancia, enquanto gitano, corruptela de egiptano (gitane, em francês, gypcie, em inglês) seria uma lembrança da passagem dos ciganos pelo Egito de nossos, não o Egito de nossos Atlas modernos, mas o chamado "pequeno Egito", ocupando o lugar da Grécia.
A explicação mais usual é que seriam sobreviventes da Atlântida.
Foi preciso esperar o século XIX para que surgisse a luz. Estudos sobre as origens da língua cigana – o romani – tornaram-se verdadeira ciência graças aos trabalhos do alemão Pott, do grego Paspati, do austríaco Micklosicyh, do italiano Ascoli. Comprovaram eles que o romani pertence à família indo-européia.
Pelo vocabulário e pela gramática está ligado ao sânscrito (como o português ao latim). Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estritamente aparentando a línguas vivas, tais como o hindi, o goujrathi, o marata e o cachemiri.
Identificando as palavras que foram incorporando-se ao idioma original e seguindo as indicações dos antropólogos, dos historiadores, das tradições orais e até dos grupos sangüíneos foi possível estabelecer com certeza a origem dos ciganos no norte da Índia.
Vieram eles do Estado atual de Délhi ou de seus arredores, muito possivelmente do Rajastão. De lá seguiram até a Pérsia, onde seu caminho se separou em tridente, uma ponta descendo para o Egito, a segunda morrendo na Armênia, a terceira avançando pela Turquia e pela Grécia, de onde os ciganos espalharam-se por toda a Europa e, atravessando o mar, pelo continente americano.
No Brasil, os primeiros grupos chegaram no século XVII, ao Maranhão.
Por onde passavam, os ciganos deixavam sua marca na música e na dança. Puristas afirmam que não existem músicas e danças essencialmente ciganas, mas apenas influências, o que gera controvérsias nas classificações.
Mas esse é um assunto para especialistas.
O certo é que o cigano não apenas assimilava a música dos países nos quais vivia, mas a mantinha viva, era capaz de enriquecê-la e recicla-la a sua maneira, transportando-a além das fronteiras.
Sua música encantava igualmente o povo e a aristocracia, um dos motivos pelos quais os primeiros grupos que surgiram na Europa, por volta do século XIV, foram bem recebidos.
Cedo, no entanto, surgiu o preconceito com suas conseqüências.
Primeiro, a exclusão dos ritos sociais: a Igreja não enterrava ciganos em campos consagrados nem batizava seus filhos.
Depois, o arsenal completo da perseguição: ferro em brasa, forca, decapitação, suplício da roda, deportação em massa.
No tempo do nazismo, os ciganos sofreram a mesma sorte dos judeus e dos homossexuais, assassinados lado a lado nos campos de concentração de Ravensbrück, Dachau, Buchenwald, Auschwitz e Birkenau.
Não se sabe bem por qual razão, os nazistas permitiram que conservassem seus instrumentos musicais. A música serviu-lhes de último consolo.
Um sobrevivente não cigano relembra uma passagem do ano de 1939 em Buchenwald:
"De repente, o som de um violino cigano surgiu de uma das barracas, ao longe, como que vindo de uma época e de uma atmosfera mais feliz... Árias da estepe húngara, melodias de Viena e de Budapeste, canções de minha terra".
Música Cigana
Foi na Europa central e oriental que a música cigana (vocal e instrumental) teve – e continua a ter – seu público mais fiel e apaixonado.
Os elementos musicais turco-árabes, recolhidos pelos músicos ciganos nas cores dos paxás e dos beis, floresceram na Hungria com a incorporação dos instrumentos, da técnica, da orquestração e da harmonização europeus.
Desde o século XVII, os senhores magiares mantinham orquestras ciganas.
Dois nomes ficaram na história: o do cimbalista Simon Banyak, protegido da imperatriz Maria Teresa, e Janos Bihari, autor de "Kronunhs", música para o coração da imperatriz Maria Luisa da Hungria, em 1808.
Assim como na Hungria e na Transilvânia, os ciganos eram numerosos na Moldávia, na Valáquia e nos países que viviam a formar a Iugoslávia. Grupos de cantores ciganos foram introduzidos na Rússia pelo conde Aléxis da Moldávia, sob o reinado de Catarina, a Grande, e fizeram enorme sucesso nos anos que se seguiram à guerra de 1812 contra Napoleão.
A música cigana espanhola, conhecida desde os tempos de Cervantes, ganhou popularidade universal com o canto jondo.
Vários compositores europeus foram intensamente influenciados pelos ciganos. Além de Liszt, o mais conhecido, também Haydn, Schubert, Beethoven e Brahms.
Dança Cigana
Danças ciganas sempre foram atração especial nas cortes européias, a começar pela francesa. Desde o tempo de Henrique IV apresentavam-se dançarinos ciganos no castelo de Fontainebleau e na residência da marquesa de Sévigné. Moliére, em O Casamento Forçado, introduz no palco um grupo de ciganos e ciganos dançando ao som de pandeiros.
Numa das apresentações, o próprio Luís XIV dançou vestido de cigano.
Na Turquia, a dança era uma das profissões ciganas mais características.
O cortejo das tropas de Constantinopla que desfilou para sultão Mourad IV, no século XVII, tinha, após a seção dos músicos, uma seção de dançarinos, entre os quais numerosos ciganos.
Em Portugal, a Farsa das Ciganas, de Gil Vicente, apresentada em 1521, mostrava quatro mulheres ciganas que cantavam e dançavam.
Foi na Espanha, entretanto e, sobretudo nas terras do sul, no antigo reinado de Granada, que a dança cigana floresceu em seu terreno mais fértil. De seu encontro com a arte árabe nasceria o inigualável flamenco da Andaluzia.
A Língua dos Ciganos
A língua cigana (o romanez) é uma língua da família indo-européia.
Pelo vocabulário e pela gramática, está ligada ao sânscrito. Fazendo parte do grupo de línguas neo-indianas, é estreitamente aparentada a línguas vivas tais como o hindi, o goujrathi, o marathe, o cachemiri.
No entanto, eles assimilariam muitos vocábulos das línguas dos países por onde passaram.
Religião dos Ciganos
Os ciganos, ao deixarem a Índia, não carregaram suas divindades.
Eles possuíam na sua língua apenas uma palavra para designar Deus (Del, Devel). Eles se adaptaram facilmente às religiões dos países onde permaneceram.
No mundo bizantino, tornaram-se cristãos. Já no início do século XIV, em Creta, praticavam o rito grego.
Nos países conquistados pelos turcos, muitos ciganos permaneceram cristãos enquanto que outros renderam-se ao Islã.
Desde suas primeiras migrações em direção ao Oeste eles diziam ser cristãos e se conduziam como peregrinos.
A peregrinação mais citada em nossos dias, quando nos referimos aos ciganos, é a de Saintes-Maries-de-la-Mer, na região da Camargue (sul da França). Antigamente era chamada de Notres-Dames-de-la-Mer.
Mas não foi provado que, sob o Antigo Regime, os ciganos tenham tomado parte na grande peregrinação cristã de 24 e 25 de maio, tão popular desde a descoberta no tempo do rei René, das relíquias de Santa Maria Jacobé e de Santa Maria Salomé, que surgiram milagrosamente em uma praia vizinha. Nem que já venerassem a serva das santas Marias, Santa Sara a Egípcia, que eles anexarão mais tarde como sua compatriota e padroeira.
A origem do culto de Santa Sara permanece um mistério e foi provavelmente na primeira metade do século XIX que os Boêmios criaram o hábito da grande peregrinação anual a Camargue.
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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

OS CIGANOS E A UMBANDA DIVINA


Os ciganos e a espiritualidade
CIGANOS NA UMBANDA
"Eu vi um formoso Cigano Sentado na beira do Rio Com seus cabelos negros
E os olhos cor de anil
Quando eu me aproximava o cigano me chamou
Com seus dados nas mãos
O cigano me falou Seus caminhos estão abertos
Na saúde, na paz e amor,
Foi se despedindo e me abençoou
Eu não sou daqui, mas vou levar saudades,
Eu sou o Cigano Pablo, lá das Três Trindades.
" Esta linha de trabalhos espirituais já é muito antiga dentro da Umbanda, e "carregam as falanges ciganas juntamente com as falanges orientais uma importância muito elevada, sendo cultuadas por todo um seguimento espírita e que se explica por suas próprias razões, elegendo a prioridade de trabalho dentro da ordem natural das coisas em suas próprias tendências e especialidades.
Assim, numerosas correntes ciganas estão a serviço do mundo imaterial e carregam como seus sustentadores e dirigentes aqueles espíritos mais evoluídos e antigos dentro da ordem de aprendizado, confundindo-se muitas vezes pela repetição dos nomes comuns apresentados para melhor reconhecimento, preservando os costumes como forma de trabalho e respeito, facilitando a possibilidade de ampliar suas correntes com seus companheiros desencarnados e que buscam no universo astral seu paradeiro, como ocorre com todas as outras correntes do espaço.
O povo cigano designado ao encarne na Terra, através dos tempos e de todo o trabalho desenvolvido até então, conseguiu conquistar um lugar de razoável importância dentro deste contexto espiritual, tendo muitos deles alçado a graça de seguirem para outros espaços de maior evolução espiritual, juntamente com outros grupos de espíritos, também de longa data de reencarnações repetidas na Terra e de grande contribuição, caridade e aprendizado no plano imaterial.
A argumentação de que espíritos ciganos não deveriam falar por não ciganos ou por médiuns não ciganos e que se assim o fizessem deveriam faze-lo no idioma próprio de seu povo, é totalmente descabida e está em desarranjo total com os ensinamentos da espiritualidade sua doutrina evangélica, até as impossíveis limitações que se pretende implantar com essa afirmação na evolução do espírito humano e na lei de causa e efeito, pretendendo alterar a obra divina do Criador e da justiça divina como se possível fosse, pretendendo questionar os desígnios da criação e carregar para o universo espiritual nossas diminutas limitações e desinformação, fato que nos levaria a inviabilização doutrinária.
Bem como a eleger nossa estada na Terra como mera passagem e de grande prepotência discriminatória, destituindo lamentavelmente de legitimidade as obras divinas.
Outrossim, mantêm-se as falanges ciganas, tanto quanto todas as outras, organizadas dentro dos quadros ocidentais e dos mistérios que não nos é possível relatar. Obras existem, que dão conta de suas atuações dentro de seu plano de trabalho, chegando mesmo a divulgar passagens de suas encarnações terrenas. Agem no plano da saúde, do amor e do conhecimento, suportam princípios magísticos e tem um tratamento todo especial e diferenciado de outras correntes e falanges.
Ao contrário do que se pensa os espíritos ciganos reinam em suas correntes preferencialmente dentro do plano da luz e positivo, não trabalhando a serviço do mau e trazendo uma contribuição inesgotável aos homens e aos seus pares, claro que dentro do critério de merecimento, tanto quanto qualquer outro espírito teremos aqueles que não agem dentro desse contexto e se encontram espalhados pela escuridão e a seus serviços, por não serem diferentes de nenhum outro espírito humano. Trabalham preferencialmente na vibração da direita e aqueles que trabalham na vibração da esquerda, não são os mesmo espíritos de ex ciganos, que mantêm-se na direita, como não poderia deixar de ser, e, ostentam a condição de Guardiões e Guardiãs.
O que existe são os Exus Ciganos e as Moças Ciganas, que são verdadeiros Guardiões à serviço da luz nas trevas, como todo Guardião e Guardiã dentro de seus reinos de atuação, cada um com seu próprio nome de identificação dentro do nome de força coletivo, trabalhando na atuação do plano negativo à serviço da justiça divina, com suas falanges e trabalhadores, levando seus nomes de mistérios coletivos e individuais de identificação, assunto este que levaria uma obra inteira para se abordar e não se esgotaria.
Contudo, encontramos no plano positivo falanges diversas chefiadas por ciganos diversos em planos de atuação diversos, porém, o tratamento religioso não se difere muito e se mantêm dentro de algumas características gerais.
Imenso é o número de espíritos ciganos que alcançaram lugar de destaque no plano espiritual e são responsáveis pela regência e atuação em mistérios do plano de luz e seus serviços, carregando a mística de seu povo como característica e identificação. Dentro os mais conhecidos, podemos citar os ciganos Pablo, Wlademir, Ramirez, Juan, Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor, Vitor e tantos outros, da mesma forma as ciganas, como Esmeralda, Carme, Salomé, Carmensita, Rosita, Madalena, Yasmin, Maria Dolores, Zaira, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Iiarin, Sarita e muitas outras também.
É imprescindível que se afirme que na ordem elencada dos nomes não existe hierarquia, apenas lembrança e critério de notoriedade, sem contudo, contrariar a notoriedade de todos os outros ciganos e ciganas, que são muitos e com o mesmo valor e importância.
Por sua própria razão diferenciada, também diferenciado como dissemos é a forma de cultuá-los, sem pretender em tempo algum estabelecer regras ou esgotar o assunto, o que jamais foi nossa pretensão, mesmo porque não possuímos conhecimento de para tanto.
A razão é que a respeito sofremos de uma carência muito grande de informação sobre o assunto e a intenção é dividir o que conseguimos aprender a respeito deste seguimento e tratamento.
Somos sabedores que muitas outras forças também existem e o que passamos neste trabalho são maneiras simples a respeito, sem entrar em fundamentos mais aprofundados, o que é bom deixar induvidosamente claro.
É importante que se esclareça, que a vinculação vibratória é de axé dos espíritos ciganos, tem relação estreita com as cores estilizadas no culto e também com os incensos, pratica muito utilizada entre ciganos.
Os ciganos usam muitas cores em seus trabalhos, mas cada cigano tem sua cor de vibração no plano espiritual e uma outra cor de identificação é utilizada para velas em seu louvor. Uma das cores, a de vinculação raramente se torna conhecida, mas a de trabalho deve sempre ser conhecida para prática votiva das velas, roupas, etc.
Os incensos são sempre utilizados em seus trabalhos e de acordo com o que se pretende fazer ou alcançar.
Para o cigano de trabalho se possível deve-se manter um altar separado do altar geral, o que não quer dizer que não se possa cultua-lo no altar normal.
Devendo esse altar manter sua imagem, o incenso apropriado, uma taça com água e outra com vinho, mantendo a pedra da cor de preferencia do cigano em um suporte de alumínio, fazendo oferendas periódicas para ciganos, mantendo-o iluminado sempre com vela branca e outra da cor referenciada.
Da mesma forma quando se tratar de ciganas, apenas alterando a bebida para licor doce. E sempre que possível derramar algumas gotas de azeite doce na pedra, deixando por três dias e depois limpá-la.
Os espíritos ciganos gostam muito de festas e todas elas devem acontecer com bastante fruta, todas que não levem espinhos de qualquer espécie, podendo se encher jarras de vinho tinto com um pouco de mel.
Podendo ainda fatiar pães do tipo broa, passando em um de seus lados molho de tomate com algumas pitadas de sal e leva-los ao forno, por alguns minutos, muitas flores silvestres, rosas, velas de todas as cores e se possível incenso de lótus.
As saias das ciganas são sempre muito coloridas e o baralho, o espelho, o punhal, os dados, os cristais, a dança e a música, moedas, medalhas, são sempre instrumentos magísticos de trabalho dos ciganos em geral.
Os ciganos trabalham com seus encantamentos e magias e os fazem por força de seus próprios mistérios, olhando por dentro das pessoas e dos seus olhos.
Uma das lendas ciganas, diz que existia um povo que vivia nas profundezas da terra, com a obrigação de estar na escuridão, sem conhecer a liberdade e a beleza. Um dia alguém resolveu sair e ousou subir às alturas e descobriu o mundo da luz e suas belezas.
Feliz, festejou, mas ao mesmo tempo ficou atormentado e preocupado em dar conta de sua lealdade para com seu povo, retornou à escuridão e contou o que aconteceu.
Foi então reprovado e orientado que lá era o lugar do seu povo e dele também. Contudo, aquele fato gerou um inconformismo em todos eles e acreditando merecerem a luz e viver bem, foram aos pés de Deus e pediram a subida ao mundo dos livres, da beleza e da natureza.
Deus então, preocupado em atende-los, concedeu e concordou com o pedido, determinando então, que poderiam subir à luz e viver com toda liberdade, mas não possuiriam terra e nem poder e em troca concedia-lhes o Dom da adivinhação, para que pudessem ver o futuro das pessoas e aconselha-las para o bem. É muito comum usar-se em trabalhos ciganos moedas antigas, fitas de todas as cores, folha de sândalo, punhal, raiz de violeta, cristal, lenços coloridos, folha de tabaco, tacho de cobre, de alumínio, cestas de vime, pedras coloridas, areia de rio, vinho, perfumes e escolher datas certas em dias especiais sob a regência das diversas fases da Lua...
" Trecho extraído do livro "Rituais e Mistérios do povo Cigano"
de Nelson Pires Filho Ed.Madras
Web site:
www.feguardioesdaluz.com.brAutor:
Nelson Pires Filho