Nos locais aonde chegavam,o processo de adaptação acabava exigindo também mudanças idiomáticas, conta Jovan Nikolic escritor rom.
Na fuga das tribos rom da Índia,muitos vocábulos foram perdidos.
E não tinha ninguém para ajuntá-los.
De todos os países onde viveram,assimilaram algo da língua local,de forma que foram sendo criados diversos dialetos,em torno de mais de cem.
Assim,este povo visto por todos os lados como hóspede,nunca conseguiram desenvolver uma versão padronizada da própria língua,nem nunca teveram uma instituição capaz de organizar uma gramática comum.
No entanto,como algumas características básicas do romani,apesar da diáspora e de toda espécie de adaptação,se mantiveram intactas,é possível haver uma compreensão entre representantes dos mais distintos dialetos,afirma o ator e jornalista rom,Nedjo Osman.
Tive a oportunidade de viajar muito como ator,estive na Europa,EUA e no México,encontrei rom em todos os lugares.
Falei romani com eles e pude ser compreendido.
Há muitos dialetos,mas, em princípio,é possível se fazer compreender sem maiores problemas.
Hoje,os rom não são mais um povo que muda freqüentemente, nem que vai de um lugar para o outro como se estivesse em fuga.
Muitos já se tornaram,há tempos,sedentários e o número daqueles que estudam regularmente e finalizam a vida escolar com boas notas é cada vez maior.
A consciência da importância da cultura deste povo vem aumentando na Europa de hoje.
Em Paris e Bucareste,há cadeiras de Romani nas universidades e uma equipe de lingüistas se ocupa,de estabelecer uma gramática comum e um extenso dicionário do idioma.
Quem hoje,como Nedjo Osman,escreve em romani,reformula também o mundo dos rom,escrevo poemas em romani há 20 anos,quando procuro determinada palavra num dialeto e não a encontro,parto para o próximo.
O que importa é que as palavras sejam parte do repertório da linguagem dos rom.
Isso é o que mais importa,até termos uma gramática e dicionário padronizados,conclui Osman.
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