e dizem que apareceramhá mais de 3.000 anos,
ao Norte da Índia, na região de Gujaratna localizada
margem direita do Rio Send. No primeiro milênio d.C.,
deixaram o país e se dividiram em dois ramos:
o Pechen que atingiu a Europa através da Grécia;
e o Beni que chegou até a Síria, o Egito e a Palestina.
Existem vários clãs ciganos:
o Kalê (da Península Ibérica); o Hoharano (da Turquia);
o Matchuaiya (da Iugoslávia); o Moldovan (da Rússia)
e o Kalderash(da Romênia).
Porém de acordo com a nossa Tradição,
a teoria mais freqüente sobre a origem do Povo Cigano,
é que após um período de adaptação neste planeta,
os ciganos teriam surgido do interior da Terra e esperam
que um dia possam regressar ao seu lar.
Nada mais podemos revelar sobre isto,
pois trata-se de um dos nossos "segredos"
mais bem preservados.
Preste atenção à nossa trajetória e use com sabedoria a sua imaginação
.O grande lema do Povo Cigano é:
"O Céu é meu teto; a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha religião",
traduzindo um espírito essencialmente nômade
e livre dos condicionamentos das pessoas normais geralmente
cerceadas pelos sistemas aos quais estão subjugadas.
respeitando seus ciclos naturais e sua força geradora e provedora.
Santa Sara é comemorada e reverenciada todos os anos,
nos dias 24 e 25 de maio, através de uma longa noite de vigília e oração,
pelos ciganos espalhados no mundo inteiro, com candeias de velas azuis,
flores e vestes coloridas; muita música e muita dança,
cujo simbolismo religioso representa o processo de purificação
e renovação da natureza e o eterno "retorno dos tempos".
Os ciganos chegados em Andaluzia no séc. XV vieram do norte da Índia,
da região do Sind (atual Paquistão), fugindo das guerras e dos invasores
estrangeiros (inclusive de Tamerian, descendente de Gengis Khan).
As tribos do Sind se mudaram para o Egito e depois para a
Checoslováquia, Rússia, Hungria e Polônia, Balcãs e Itália, França e Espanha.
Seus nomes se latinizaram (de Sindel para Miguel; de András para André;
de Pamuel para Manuel, etc.). O primeiro documento data a entrada
dos ciganos na Espanha em 1447. Esse grupo se chamava a si mesmo
de "ruma calk" (que significa homem dos tempos)
e falavam o Caló (um dialeto indiano oriundo da região do Maharata).
Eles trouxeram a música, a dança, as palmas, as batidas dos pés
e o ritmo quente do "flamenco", tanto que essa palavra vem do árabe
"felco" (camponês) e "mengu" (fugitivo) e passou a ser sinônimo de "cigano andaluz"
à partir do séc. XVIII. Esse povo canta e dança tanto na alegria
como na tristeza pois para o cigano a vida é uma festa e a natureza que
o rodeia a mais bela e generosa anfitriã.
Onde quer que estejam, os ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e ornamentos,
e, principalmente por seus hábitos ruidosos.
São um povo cheio de energia e grande dose de passionalidade.
São tão peculiares dentro do seu próprio código de ética; honra e justiça;
senso, sentido e sentimento de liberdade que contagiam e incomodam
qualquer sistema. Porém, a comunidade cigana ama e respeita a natureza,
os idosos e todos os membros do grupo educam as crianças de todos,
dentro dos princípios e normas próprios de uma tradição puramente oral,
cujos ensinamentos são passados de pai para filho ou de mestre para discípulo,
através das estórias contadas e das músicas tocadas em torno das fogueiras
acesas e das barracas coloridas sempre montadas ao ar livre
(mesmo no fundo do quintal das ricas mansões dos ciganos mais abastados).