Os ciganos adoram dançar.
A dança nasce com eles no momento em que abrem os olhos para enfrentar a dura vida de cigano.
Desde criança os ciganos ouvem e dançam as seguidillas, a rumba, as alegrias e o flamenco - ritmos e sons tradicionais - produzidos pelas guitarras, violinos, violões, acordeões, címbalos, castanholas, pandeiros, palmas das mãos e batidas dos pés, que aprendem desde cedo com parentes e amigos nas festas da kumpania (acampamento).
Não existem ciganos profissionalizados através da dança cigana e sim aqueles que fazem apresentações apenas para divulgar esse lado tão belo e cheio de magia dessa tradição que a todos fascina.
Não existem ciganos profissionalizados através da dança cigana e sim aqueles que fazem apresentações apenas para divulgar esse lado tão belo e cheio de magia dessa tradição que a todos fascina.
A dança cigana não é portanto, encarada como um ofício pelos ciganos.
Montagens de balé e de óperas (como Carmen, de Bizet) são representadas por profissionais de balé não-ciganos (gadjes).
Ciganos não freqüentam academias nem aulas de dança, pois quando dançam, o fazem com a alma, o coração e os movimentos naturais do corpo, sem nenhuma coreografia pré-concebida.
Como diz Niffer Cortez (uma das poucas dançarinas ciganas) "Marcar uma coreografia, para o cigano, é prende-lo; é não dar liberdade para os seus movimentos".
Como diz Niffer Cortez (uma das poucas dançarinas ciganas) "Marcar uma coreografia, para o cigano, é prende-lo; é não dar liberdade para os seus movimentos".
Por outro lado, a Bibi Esmeralda (chefe do Grupo Kalemaskê Romae, de Pirituba/SP), é uma Puri (avó) de 65 anos e dança como uma jovem de vinte.
Se a colocassem dentro de uma coreografia, com certeza, cortariam grande parte da emoção espontânea e do inestimável encanto que ela nos transmite quando dança com toda a sua desenvoltura, arte e beleza.
A história da dança oriental está intimamente ligada à história dos ciganos.
A história da dança oriental está intimamente ligada à história dos ciganos.
Eles vieram da Índia e emigraram até a Espanha, para a região de Andaluzia.
O nome espanhol dos ciganos é "gitano". O idioma dos ciganos é o romanês e contém em sua maioria palavras derivadas do antigo sânscrito (conforme pesquisa de Grellman), que era falado no noroeste da Índia.
Mas por todos os países que passavam, assimilavam palavras de idiomas locais, por isso encontramos palavras do turco, grego e armênio. Em cada país eram chamados por outros nomes:
Luri no Beluchistão/ Luli no Iraque / Karaki ou Zangi na Pérsia / Kauli no AfganistHá mais de 600 anos os ciganos emigraram para a Europa, onde se dividiram em vários grupos:
1- um grupo chegou até a Inglaterra, partindo de Bizanz (Istambul), percorrendo a Sérvia e a Itália.
2- outro grupo se dividiu deste no norte da França e foi de Paris até o norte da Espanha
3- outros se espalharam pela Moldávia até a Rússia
4- outros foram para o Egito e de lá para a Andaluzia
Tanto o povo cigano como o andaluz eram um orgulhosos por manter suas tradições.
Luri no Beluchistão/ Luli no Iraque / Karaki ou Zangi na Pérsia / Kauli no AfganistHá mais de 600 anos os ciganos emigraram para a Europa, onde se dividiram em vários grupos:
1- um grupo chegou até a Inglaterra, partindo de Bizanz (Istambul), percorrendo a Sérvia e a Itália.
2- outro grupo se dividiu deste no norte da França e foi de Paris até o norte da Espanha
3- outros se espalharam pela Moldávia até a Rússia
4- outros foram para o Egito e de lá para a Andaluzia
Tanto o povo cigano como o andaluz eram um orgulhosos por manter suas tradições.
Eram muito individualistas e leais à instituição familiar. Assim nasceu a sociedade do flamenco.
Esta palavra "flamenco" designava ciganos, pessoas sem posse de terra, derivado do árabe das palavras "fellahu" e "mengu", que significava "o camponês errante".
A sociedade espanhola associava a esta palavra os ciganos, ou o estilo de vida cigana.
Tal estilo incluía a arte da música flamenca, a dança e a touradaão / Cingan ou Tchingan na Sïria e na Turquia / Tsiganos ou Atsincani na Grécia / Roma ou Sinti na América.
Como os ciganos eram intrusos no país, muitas leis foram feitas contra eles.
Entretanto, a inquisição espanhola nunca conseguiu provar nada contra, se tinham uma religião ou não, pois eles eram espertos.
A cultura dos ciganos é tida como uma cultura de estranhos e geralmente imagina-se um povo alegre e feliz, mas a música que tocavam entre si era muito trágica, triste e vingativa., pois sua vida real só era manifestada entre eles.
Para o mundo de fora, só cantavam músicas alegres, que é o que se esperava realmente.
Tinham uma vida difícil e tentavam ganhar dinheiro de todos os modos.
Assim, aproveitavam as apresentações de música e de dança por todos os lugares que passavam, levando seus ritmos e músicas que mesclavam-se com os da cultura local.
Desta forma, foram trazidos ritmos indianos mesclados com melodias islâmicas para a Andaluzia.
Pode-se ouvir a nítida influência árabe na música flamenca, e também na dança, os movimentos de quadril e expressão de fortes sentimentos e emoções, são de natureza árabe.
Os ciganos acreditam que espíritos e entidades os acompanham no dia a dia.
Um artista tem que esperar que um ente se aposse dele e inspire-o para que seja capaz de fazer a arte verdadeira. Este sentimento profundo criou o "canto jondo" na Andaluzia, um canto de tristeza profunda, que se contrasta com o "canto flamenco".
O estilo de dança flamenca, com seus movimentos característicos de braços e de tronco, tem uma certa similaridade com a dança clássica persa, como também com a dança moderna da Ásia Central,
Enquanto que na dança moderna árabe, os movimentos são centrados na região do ventre e os braços se mantém na altura dos ombros.
Na dança flamenca e persa, os movimentos são centrados na região do tórax e é usado o máximo de espaço acima da cabeça para executar os graciosos movimentos de braços e mão.